sexta-feira, 17 de junho de 2011

PARTE II


A segunda semana de estágio foi mais conturbada que a primeira. Os alunos estavam mais agitados, a maioria da turma não estava mais colaborando com as aulas e o desrespeito imperava. Algumas estratégias para contornar a situação foram feitas como, um momento de relaxamento com os alunos depois do intervalo, pois é a hora que eles estão mais agitados, e os castigos, os alunos que não cumpriam com seus deveres ficavam sem ir ao recreio, e aqueles que de nenhum modo obedeciam era levados para a diretoria. Nesse momento onde surgem os problemas é quando pensamos em “o que fazer?”. É quando a pesquisa, a reflexão sobe a ação e a mudança de atitude torna-se algo fundamental para poder contornar e resolver os desafios surgidos no cotidiano escolar.
A motivação de estar ali, não mais existia, e o estresse e o cansaço por conta da desobediência e o descaso por parte da maioria dos alunos que atrapalhavam a continuidade da aula era inevitável. É nesse momento que percebemos a importância do controle e da gestão de classe para que a aula possa ocorrer e os alunos possam aprender de forma significativa. "A gestão da classe consiste num conjunto de regras e de disposições necessárias para criar e manter um ambiente ordenado favorável tanto ao ensino quanto à aprendizagem" (Doyle, 1986). Os alunos só queriam copiar o conteúdo do quadro, não se preocupando em prestar atenção ou em esperar que nós mandássemos. Os melhores dias para aula eram nas quartas e sextas. As quartas antes do intervalo era o momento em que os alunos dividiam-se em dois grupos, metade se direcionavam a sala de leitura com uma professora específica da escola, metade ficava na sala e somente se encaminhava para lá quando o outro grupo voltava. Geralmente permaneciam oito alunos de níveis semelhantes para que o trabalho fosse melhor. Assim, a aula corria tranquilamente com a participação de todos, geralmente na leitura do alfabeto e das sílabas chamávamos um a um no quadro, e no momento da codificação e decodificação da palavra geradora todos ouviam atentamente. Na maioria das vezes os mais desobedientes são aqueles que apresentam dificuldade de aprendizagem, aqueles que malmente sabiam identificar uma letra do alfabeto. Na hora da atividade era sempre uma confusão. Como a maioria dos alunos não sabe ler, todos querem um momento de explicação, ajuda e apoio.
Utilizamos também, algumas estratégias para ocupar os alunos que terminavam rápido uma atividade. Sempre levávamos atividades extras, caça – palavras e etc para mantê-los quietos. Era a atividade favorita deles. Nessa situação, percebemos aqui o quanto é importante o professor prever situações que podem vir a acontecer para evitar problemas. Diante das incertezas do cotidiano escolar é necessário que o professor use a intuição, o conhecimento que ele já tem sobre aquilo, é quando nos deparamos com a complexidade da docência por que, para ser professor não há receitas, nem bulas, é no dia a dia em sala de aula que se desenvolve e se constrói o profissional docente.

Um comentário:

Socorro Cabral - socorroleti@hotmail.com disse...

Hum,

Apesar dos dilemas pervebi que vocês não ficaram paradas e construiram estrátegias diversas para dar conta da complexidade da sala de aula.